quarta-feira, novembro 08, 2006

 

Um Cábula numa Escola Finlandesa

José Sócrates ficou impressionado com a visita realizada a uma escola em Helsínquia, na Finlândia. Mas será que Sócrates aprendeu com esta visita? Tudo indica que não. Porque para além de ficar impressionado, Sócrates não faz a mínima ideia como a escola Finlandesa chegou àquele ponto.Mas o mais grave não é Sócrates não saber. Ainda mais grave é o facto dos responsáveis do nosso Ministério da Educação não fazerem a mínima ideia como se constrói uma escola assim. E não estou a falar do investimento financeiro.Vejamos um pormenor do que viu Sócrates: o estabelecimento em causa tem 400 alunos e 37 professores, o que dá aproximadamente um professor por cada dez alunos. Mas não fazem substituições, fazem ensino em parceria dentro da turma. Mas cá, dizem que há professores a mais e colocam-nos a executar tarefas muito longe das que visariam qualificar o ensino-aprendizagem. O primeiro-ministro quis ainda saber se os alunos com maiores dificuldades de aprendizagem são ajudados com aulas extra, mas os responsáveis da escola explicaram-lhe que esse tempo lectivo suplementar era considerado desnecessário. "Numa sala de aula, há sempre mais do que um professor. Logo que um aluno revela uma dificuldade, um dos professores da sala assiste-o", explicou uma das directoras da escola. E o que faz a nossa Ministra? Mantém o ensino igual dentro das turmas e depois tira os meninos que não aprendem para aulas extra e apoios individualizados. Para "rentabilizar" os professores, usa-os para aulas de substituição e prolongamento de horários, bibliotecas etc... em vez de flexibilizar o currículo, promover uma pedagogia diferenciada na turma para todos os alunos e usar os pares pedagógicos de professores como nos países desenvolvidos. É a escola que muda, não são os alunos que se mudam. As mais recentes medidas que o nosso Ministério tem tomada comprovam, sem margem para dúvida os piores receios. Não só ninguém aprendeu nada com países como a Finlândia, como no Ministério da Educação ninguém faz a mínima ideia de como se constrói uma escola de qualidade e, por este andar, vamos demorar muito a lá chegar. Para rematar Sócrates ficou ainda muito surpreso por saber que a maioria dos alunos queria vir a ser professor. Deve ter sido um choque para o senhor saber que há países onde ser professor é uma profissão valorizada.

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