segunda-feira, novembro 13, 2006

 

Cuidado com as pessoas de bem

Lembram-se de ouvirmos dizer que o Estado era uma pessoa de bem? Eu lembro-me. E até me lembro de ouvir estas mesmas pessoas a dizer que a Educação é a grande prioridade de uma Nação. Pois quanto à prioridade parece que a própria escolha de uma Ministra completamente desqualificada na matéria, responde à questão. Quanto à tal pessoa de bem, bem?... o que dizer de um patrão que celebra um contrato contigo em que te reformarias aos 55 anos. Tu alistas-te, vinculas-te em exclusividade, apostas na tua formação, enfim... assinas tudo por baixo. Passados uns anos, estas pessoas mudam de ideias e dizem que afinal foi tudo um engano, não há nada de garantido e que agora vais trabalhar mais 10 anos até aos 65 anos. E o que dizer também quando tu te vinculas numa profissão com 10 escalões de progressão, onde tu fazes os teus planos e geres a tua vida pessoal em função de determinada expectativa e agora estas pessoas dizem que afinal era tudo um engano, que a tua carreira não é nada assim...nunca irás chegar ao topo da carreira e provavelmente ficarás para sempre num dos patamares intermédios. Isto significa que deixas de ter qualquer perspectiva de melhoria na tua vida. Com os aumentos anuais sempre abaixo da inflação, o despudorado aumento na ADSE, a baixa nas comparticipações... etc...etc... e mantendo sempre o salário que ganhas hoje, como estarás daqui a 10 anos?
Como se não bastasse aos professores terem de ser altamente penalizados por via de serem funcionários públicos, com todos os cortes por esse lado, têm agora de ser duplamente penalizados com a alteração do seu Estatuto. Esta dupla tributação vai colocar os docentes em Portugal ao nível da mendicidade.O Estado é uma pessoa de bem? Livra...
O Rogério Guimarães é que tem razão.

Comments:
Sizandro, o seu sentido de humor é bem oportuno. E a seguir, o que diz em tom sério, também o é.
Lembro-me de, no momento em que integrei (depois da estupefacção inicial) esta política educativa (e não só) ter pensado que, se soubesse que parte dos motivos, razões, que me fizeram escolher esta carreira, iam desaparecer, não a teria escolhido.
A vocação, julgo que a tenho desde pequena ... era e foi sonho. Se soubesse o futuro, teria optado por uma profissão que me desse dinheiro e então, poderia ajudar e ensinar, em outros moldes.
É horrível quando acabam com o nosso futuro e com o nosso passado ... foi tudo colocado em causa!
 
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