terça-feira, novembro 07, 2006

 

Como pode querer ensinar aquele que não aprende?

Continuam a chover medidas avulsas meramente de cosmética que este Governo teima em chamar “reformas”. E mais uma vez acertou ao lado de uma verdadeira reforma para a qualificação do ensino português. Desta vez trata-se de fazer exames aos professores no final dos seus cursos, bem como reduzir a formação dos educadores e professores do 1º ciclo para 3 anos mantendo os restantes em 5 anos. O que deveria ser feito era definir um conjunto de competências que os docentes deveriam ter no final da licenciatura. Competências essas que o Estado tem obrigação de definir, baseando-se num modelo educativo para o país. O que ensinar, como ensinar, que cidadãos queremos, que competências a desenvolver e como. Depois deixar a quem de direito formar e qualificar. Mas, em vez disso, prefere fazer um exame, resta saber para avaliar o quê? Quanto à redução dos cursos dos docentes nos primeiros graus de ensino, estamos perante mais uma prova da forma medieval como esta gente encara o ensino. Contrariamente às teorias do desenvolvimento humano, este Ministério acha que é preciso mais formação para trabalhar com alunos mais velhos. É a ultrapassada fórmula da importância da acumulação do saber, em detrimento de um ensino moderno baseado no desenvolvimento de competências, de espírito crítico, investigação, descoberta e valores, que são fundamentais nos mais novos. Mas para o Ministério o importante é saber muitas coisas. Pena que, ele próprio, saiba tão pouco.

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